Quem foi nunca se esquecerá de um greNAL com dois timaços , 80 mil pessoas e valendo vaga na final do Brasileirão e na Libertadores da América. Fazem 20 anos hoje. Parece que acabou ontem. O greNal do Século completa duas décadas e talvez ainda demore outras mais para que seja superado em emoção e drama. Depois dele, já houve 77 clássicos. Nenhum tão eletrizante. Os jogadores se arrepiam ao falar daquele domingo de calor perto de 40ºC em Porto Alegre. Quase 80 mil ingressos foram vendidos para o confronto no Estádio Beira-Rio. Um G**mio altivo, dono das ações e surpreendente fez 1 a 0 aos 16 minutos, com Marcos Vinícius. O drama do Inter aumentou com a expulsão de Casemiro aos 37. O G**mio passou a errar gols. Foram tantos que o cordato Rubens Minelli perdeu as estribeiras no vestiário. O que abriu o caminho da derrota, garante Alfinete, o lateral-direito daquele time: — O time estava com alegria, leve. No vestiário, o Minelli deu uma bronca e tirou o brilho do time. Disse que estávamos de brincadeira, de palhaçada. Ali perdemos o Gre-Nal. No outro lado do Beira-Rio, Abel Braga fez o contrário. Em vez de xingar, se encostou em um canto do vestiário e ficou por 10 minutos fitando o nada. O centroavante Nilson sentou nas espreguiçadeiras de madeira e pensou: — Hoje não vai ter jeito mesmo. Antes de mandar o time a campo, Abel saiu da letargia e anunciou que Diego Aguirre entraria no lugar do volante Leomir. O ponta-esquerda Edu fecharia o lado esquerdo com Norberto. Ao mandar todos a campo, o técnico gritou: — Vocês fizeram essa caca. Agora entrem lá e resolvam. Gols de Nilson desestruturam o G**mio de Rubens Minelli Nilson entendeu o recado. Aos 16, empatou o jogo. Aos 26, virou, ao aproveitar cruzamento de Maurício. Na comemoração, imitou o personagem Sassá Mutema, um cortador de cana interpretado por Lima Duarte na novela O Salvador da Pátria. Maurício garante que o cruzamento foi mecânico. — Quando ia em direção à área, ele (Nilson) corria para o segundo pau. Sabia onde mandaria a bola. Chutei e ele botou o biquinho. Metade do gol é meu – diverte-se. Naquele instante, os jogadores do G**mio já não se entendiam. —No segundo gol, nosso time se perdeu. Ninguém acreditava. O Minelli alertou para ficarmos espertos – recorda o ponteiro-esquerdo Jorge Veras. Depois de fazer o 2 a 1, Nilson se virou para a torcida e, acenando com as mãos, gritava: — Tchauzinho, acabou para vocês. A poucos minutos do fim, Maurício foi substituído e saiu de braços abertos, imitando um avião. Os colorados, ensandecidos, pareciam não acreditar no que viam. Os gremistas, abalados, também não. Na semana do jogão... > A prefeitura de Porto Alegre intervém em três empresas de ônibus > Caxias do Sul espera 600 mil turistas na Festa da Uva > A novela Que Rei Sou Eu? estreia na Globo > O cantor Cazuza confirma ter Aids > Paes de Andrade é eleito presidente da Câmara dos Deputados, e Nelson Carneiro, do Senado > Inflação de janeiro pelo INPC é divulgada: 35,48% JORGE VERAS "Sempre tive bons momentos nos Gre-Nais. Foi o único que me deu tristeza." MAZAROPI "Foi o único clássico valendo algo contra o Inter que perdi." MAURÍCIO "É um Gre-Nal que jamais será esquecido pelos dois lados." NILSON "O Grêmio fez um primeiro tempo espetacular. Se fosse 5 a 0 não seria absurdo." Para você ler O Gre-Nal do Século é pano de fundo do ótimo romance O Segundo Tempo (2006), do escritor gaúcho Michel Laub. Na obra, ele narra a história de um guri gremista de 15 anos que, no Beira-Rio, divide-se entre a atenção ao jogo e o dilema de contar para o irmão caçula sobre a separação de seus pais. O livro foi finalista de um das mais importantes premiações em língua portuguesa, o Prêmio Portugal Telecom. Companhia das Letras, R$ 34. Onde eles estão: INTER 1) Luis Carlos Winck (lateral-direito) – Técnico, comanda o São Raimundo-AM. 2) Taffarel (goleiro) – Empresário de jogadores, mora em Porto Alegre. 3) Nenê (zagueiro) – Trabalhou como técnico por 11 anos nos EUA. Em 2009, treinará um time chinês. 4) Norberto (volante) – Auxiliar de Lori Sandri no Marítimo. 5) Casemiro (lateral-esquerdo) – Técnico do Fortaleza. 6) Aguirregaray (zagueiro) – Pecuarista, tem fazenda em Artigas e trabalha como auxiliar de Sérgio Markarián no Universidad de Chile, adversário do Grêmio na Libertadores. 7) Maurício (atacante) – Mora no Rio, onde trabalha no projeto social Craque do Futuro. Tentou se eleger vereador no Rio. 8) Leomir (volante) – Auxiliar de Abel Braga no Al-Jazira. 9) Nilson (atacante) – Tinha um bingo no interior paulista e busca emprego como auxiliar técnico. 10) Luís Carlos Martins (meia) – Foi auxiliar de Guilherme Macuglia no Coritiba e no Joinville. Em 2008, treinou o Inter, de Lages. Está em Porto Alegre à espera de propostas. 11) Edu Lima (atacante) – Foi técnico do Fluminense-BA. Técnico: Abel Braga – Treina o Al-Jazira, dos Emirados Árabes. G**MIO 1) Mazaropi (goleiro) – Técnico do Santo Ângelo. 2) Trasante (zagueiro) – Dono de escolinha de futebol em Montevidéu. Tinha programa sobre futebol em rádio uruguaia. 3) Alfinete (lateral-direito) – Treinou o Brasiliense em 2008. Aguarda propostas em Jaú (SP), onde mora. 4) Luís Eduardo (zagueiro) – Auxiliar-técnico no Cerâmica, de Gravataí. 5) Bonamigo (volante) – Técnico, está sem clube desde que saiu da Ponte Preta em setembro. Está em Curitiba. 6) Aírton (lateral-esquerdo) – Mora no Rio, onde foi auxiliar técnico. 7) Cuca (meia) – Técnico do Flamengo. 8) Jorginho (meia) – Dono de escolinhas em Maríia (SP). 9) Marcos Vinícius (atacante) – Trabalha com escolinhas conveniadas à Secretaria de Esportes de Belo Horizonte. 10) Cristóvão (meia) – É auxiliar técnico de Toninho Cerezzo no Al-Shabbab, dos Emirados Árabes. 11) Jorge Veras (atacante) – Auxiliar técnico de Casemiro no Fortaleza. Técnico: Rubens Minelli – Aposentou-se e vive entre São Paulo e seu sítio, no interior paulista. Créditos ao "Férias", da comunidade "Libertadores, Eu tenho". Clique AQUI e saiba mais sobre o greNAL do Século!
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